Eu percebi que chegara a hora do casamento quando escureceu. Certamente já eram 20h. Foi naquele momento que me vesti.
Na hora marcada para sair do salão eu estava pronta e meu noivo, que estava na casa dele, ao lado de lá, também, mas não conseguíamos sair. Isso aconteceu porque vários amigos e amigas marcaram a casa dele como ponto de encontro para ir para a igreja. Então foi muito engraçada a cena pelo que me contaram.
A minha sogra disse que foi trancando as portas da casa dela e pondo todos para seguirem rumo à igreja, ela também não queria que vissem o noivo antes da hora, olha que amor!
O fato é que se vissem o noivo, o noivo me veria e todos me veriam. Eu acabei tendo que sair do salão as 20h35! Atrasada! Eu não me importei muito, pois estava sem relógio e só soube desses detalhes depois, mas meu marido ficou muito irritado com tanta demora e só se acalmou quando chegou na igreja e se posicionou para entrar.
Minha mãe foi comigo no carro e amou, recebeu isso como presente. Eu também achei super legal tê-la comigo naquele caminho curto, mas de muita ansiedade.
Até que arrumaram o cortejo, que todo mundo entrou na igreja, que me chamaram para sair do carro já era mais de 21h.
Era mais ou menos este horário quando meu pai me ajudou a sair do carro. Ele perguntou "O que você quer que o papai faça para te ajudar a sair?" Foi tão gentil que comecei a ficar mais agitada, minha respiração ficou acelerada acompanhando as batidas do coração. Antes e chegar na porta da igreja tem umas escadinhas, meu pai me deu o braço para eu ir me acostumando a andar com o vestido, véu, buquê, ansiedade e ficamos do lado de fora esperando a hora de abrir a porta.
Nossa, foi emocionate demais! Eu respirava tão forte que minhas costelas levantavam-se.
A porta foi aberta, entramos. Eu não ouvi a marcha nupcial. Eu não sei o que houve comigo, mas não ouvi. Eu sorria e buscava encontrar o Rodrigo no altar com os olhos. Eu parecia querer correr, já que sentia o braço do meu pai me segurar para eu entrar mais devagar.
Foi lindo! Meu pai me entregou ao Rodrigo e ele me recebeu com um beijo na mão.
Ah! Que delícia!
Outro momento em que senti profunda emoção foi na hora do Salmo cujo refrão repetia "O amor para sempre existirá". Naquele momento eu ia chorar muito, mas o Rodrigo me olhou e disse "Não chora não, está tão bonita!".
Na bênção das alianças também lembro-me da Ave-Maria sendo cantada. Também está vivo na minha memória o sermão proferido pelo padre e em outra ocasião comento as belas palavras que ouvi.
Antes de ir embora, já tomada de muita felicidade, os padrinhos passavam por nós e nos cumprimentavam. Nossa, era tão bonito! Eu sentia a emoção deles, a alegria que sentiam por estar ali. Cada uma daquelas pessoas teve uma participação tão maravilhosa nas nossas vidas naquele momento que tenho certeza de que nossos laços de amizade estreitaram-se. Foi sinceramente mágico.
Abraçar os pais e irmãos também é diferente, é especial. Na hora dos abraços eu chorei, não aguentava mais respirar com o diafragma para conter as lágrimas. Meus pais e os do Rodrigo estavam tão lindos, estavam cheios de graça de Deus, eu não sei explicar. Meu irmão e irmã são tão carinhosos que as vezes eu acho que não mereço tanto amor e tudo isso veio à minha cabeça na hora em que os abracei. Foi quando o Rodrigo apanhou um lencinho e ajudou a secar as lágrimas. Que marido encantador!
Saimos da igreja. Eu e ele vibrávamos. Eu levantei o buquê, dei tchauzinho pelo corredor e da porta da igreja para fora muitos padrinhos e amigos sopraram em nós bolinhas de sabão! Vocês nem imaginam que delícia senti-las estourando na pele!
Entramos no carro e fomos para um condomínio da cidade tirar fotos. A fotógrafa disse que não queria a tradicional pracinha, então fomos para o condomínio Esmeralda, pedimos licença ao porteiro e tiramos fotos diante dos enfeites de natal, da guarita e de lá, corremos para a o salão, pois lá uma festa linda, animada, maravilhosa, inesquecível nos esperava!